Apesar disso, enquanto fui técnico, fui considerado bom e me destacava pela qualidade de minhas entregas. Porém, meu relacionamento interpessoal era, vamos dizer, degradado (para não falar péssimo). Eu realmente não gostava de lidar com pessoas e, de certa forma, fugia desse relacionamento. Pessoas eram complicadas e máquinas e sistemas operacionais não eram. Meu domínio técnico sobre o ambiente de TI era confortável. Já meu domínio sobre os processos de relacionamento eram fracos e meu humor ia para o buraco a cada confronto que se formava.Por ser de difícil trato, somente meu círculo de amigos me satisfazia. Aos demais sobrava minha seriedade mal humorada.Nesta época eu não tinha a real noção do quanto uma pessoa mal humorada poderia envenenar um par de trabalho e, por consequência, vários ambientes distintos. Na verdade cheguei a esta conclusão ao ser pessimamente atendido em uma agência bancária. Ao relacionar este péssimo atendimento, pude, finalmente ver que, infelizmente, o mal humor é contagioso, tem longa duração e não costuma ficar armazenado por muito tempo em quem o recebeu.
A situação foi a seguinte: Fui até uma agência bancária resgatar meu FGTS para amortizar um financiamento imobiliário. No primeiro dia fui muito bem atendido, porém, ao esquecer de um documento, tive que retornar no dia seguinte. Ao retornar, fui extremamente mal atendido. Dois caixas se uniram para me criticar e disseram que eu deveria me dirigir à minha agência para realizar o procedimento que foi iniciado no dia anterior. Não satisfeitos, me informaram que o banco não faria o procedimento e que eu era folgado (“brasileiro é folgado” disse o caixa). Busquei a pessoa que me atendeu no dia anterior e finalizei o processo normalmente, ao contrário do que os caixas me informaram. Ficou claro para mim a falta de respeito, péssima qualidade no atendimento e a preguiça em realizar uma função que o banco possui e é de conhecimento geral.
Apesar de ficar uns dois dias com uma sensação ruim pelo mau atendimento, pude ver que o mau humor é extremamente ruim para nossas vidas profissionais. Ao ser mal tratado, meu humor mudou imediatamente. Fiquei nervoso e irritado. Em uma situação normal, ao me deparar com um problema no meu trabalho, eu seria mais um a passar o mau humor para frente. A pessoa que o recebesse faria o mesmo, continuando o ciclo. Ou seja: mau humor tem uma ação viral sobre as pessoas e seus resultados podem durar muito se analisarmos a cadeia de pessoas afetadas por ele.
Em um contato próximo é certo que você receberá pessoas mal humoradas, uma vez que, quando você as atendeu, acabou descontando nelas seu nervosismo. Isso é ruim, não constrói traz nada de bom.
Felizmente a análise desta experiência mudou minha visão. É difícil ser o último elo desta cadeia, pois, muitas vezes, você deverá engolir o sapo (e digeri-lo). Porém os efeitos são benéficos para todos. Apesar disso, dependendo da situação, é claro que vamos estourar. É natural. Somos humanos. Porém a nossa reflexão sobre os acontecimentos já nos garantirá melhores relacionamentos no futuro. Estes bons relacionamentos serão criados a partir do momento que você passa a ser uma referência boa e não ruim no seu ambiente diário de trabalho. Seja mais constante pelo lado bom do que pelo ruim.
Pessoas mal humoradas são comuns no trabalho. Elas são, normalmente, referências ruins para os demais. Todos conhecemos pessoas assim. E todos sabemos o quanto ruim é trabalhar com elas. Também sabemos que, no final, elas sempre acabam se dando mal.
Portanto, com o ano novo, traga de casa somente seu bom humor. Reflita sobre si mesmo e sobre como você vem tratando seus companheiros de trabalho. Fazer inimigos é péssimo, uma vez que, no futuro, você poderá precisar deles. Faça amigos e seja agradável com todos. Respeite as pessoas e faça seu trabalho da melhor forma possível.
Nestas simples atitudes mora o combustível para que a sua carreira seja alavancada neste ano. Pense nisso e feliz 2015!
Rodrigo, gostaria de saber porque você usa MAL e MAU. Espero que tenham sido por erro de digitação.
Oi Luiz, tudo bem?
O uso das variações de MAL e MAU é correto pois indicam formas distintas de se falar (sendo o primeiro um advérbio e o segundo um adjetivo). Veja mais em: http://www.normaculta.com.br/mal-ou-mau/
Obrigado!
Rodrigo